A partir do século XVI, com a chegada dos portugueses, o Nordeste foi a porta de entrada no Brasil para vários povos vindos do mundo todo. De forma pacífica ou não, o fato é que várias etnias entraram em contato no Nordeste desde o período colonial, gerando uma cultura local muito rica. Essa riqueza pode ser encontrada na literatura, nas danças típicas da região, na língua, na música, enfim, em todo tipo de expressão cultural do povo nordestino; riqueza presente também no DNA da população.
Embora o elemento africano seja muito citado na formação cultural do Nordeste, há outras influências mais antigas; como a cultura indígena que obviamente influenciou, e ainda influencia, a formação cultural em todo o território nacional; também a cultura cigana e elementos típicos da Europa medieval, que inclui “temperos” árabes e judeus. Muitos estudiosos atribuem uma influencia europeia à origem de ritmos tipicamente nordestinos como o xaxado, o xote, o baião, a toada, etc; e essa herança não é negada por movimentos como o Movimento Armorial, idealizado pelo grande Ariano Suassuna. Esse movimento, surgido na década de 70 do século XX, tinha por objetivo criar uma cultura nordestina erudita, a partir de elementos populares em todas as artes. Na música, misturou o melhor da produção nordestina a elementos da Europa medieval; que produziu obras primas como é o caso do álbum Do Romance ao Galope Nordestino, do Quinteto Armorial.
Ainda hoje a essência das diversas misturas produzidas pelos contatos entre os povos no Nordeste tem inspirado vários artistas, como é o caso do grupo Xaxado Novo, de São Paulo; que através de uma pesquisa histórica vem produzindo seu trabalho com o intuito de divulgar esse passado em que culturas se encontraram e deixaram para nós uma herança muito rica. Com uma mistura de música nordestina com música cigana, o grupo consegue passar toda a energia desses povos que estão na base da construção do Brasil.
- Introdução - Cultura Nordestina.
Por: Francélia Pereira
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